22.10.06


Farkas já vivia em Portugal quando escreveu o caderno nove do maço salvo pelo Daniel. Imagino que escrevesse dois ou três cadernos por ano e é pena que se tenham perdido tantos, porque poderíamos preencher as lacunas da história. Estes dois excertos, escritos num português ainda hesitante, têm data de 1965:
Soube que ela ia a Roma através de mensagens de amigos. Eva não é uma artista famosa e deve ser uma boa oportunidade tocar numa sala prestigiada. Encontro-a depois do concerto, para não a incomodar. Talvez no camarim, talvez no hotel. Terei de escolher bem. Comprar o bilhete de avião e calcular muito bem tudo, o dia, a hora, talvez esteja alguém da polícia a vigiá-la. Tenho de ser discreto. Talvez seja possível uma nova oportunidade para nós dois...